Exclusivo: Lula fala ao ‘Conexão’ sobre próximo PGR
O partido do presidente está dividido. Há quem defenda a manutenção de Augusto Aras, que chegou ao posto pelas mãos de Bolsonaro. Existe também uma corrente no PT que vê como desmoralizante a manutenção de Aras, especialmente pela atuação no mínimo tímida na fiscalização das ações de combate à Covid-19.
Por Daniela Lima
Sob olhar atento do PT e demais partidos políticos, do Supremo e do próprio governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se prepara para escolher personagem decisivo para os rumos do país nos próximos anos: o próximo procurador-geral da República.
A definição é vista dentro do PT como mais importante e mais complexa do que a escolha de um novo ministro do Supremo Tribunal Federal.
Integrantes do partido listam, em conversas nos bastidores, os motivos: “Um ministro do STF é um entre 11. Mais: o leque de opções é amplo, no caso da PGR a lista é fechada (restrita a subprocuradores-gerais)”, diz um auxiliar de Lula.
O partido do presidente está dividido. Há uma profusão de nomes e até quem defenda a manutenção de Augusto Aras, que chegou ao posto pelas mãos de Bolsonaro. Esta última corrente afirma que Aras tem perfil “pacificador” e avesso “a ações com potencial exclusivamente midiático”.
Do outro lado, e com igual vigor, há uma corrente no PT que vê como desmoralizante a manutenção de Aras, especialmente pela atuação no mínimo tímida na fiscalização das ações de combate à Covid-19.
Do centro do impasse, Lula pede “tranquilidade”. Em declaração enviada ao blog, o presidente tenta desacelerar o cabo de guerra em torno da indicação.
“As pessoas podem ficar tranquilas”, iniciou. “Eu já escolhi três procuradores-gerais da República. Vou escolher mais um, e não pensando em mim, mas na sociedade”, finalizou o petista.
Ao questionar Lula, perguntei especificamente se Aras estaria mesmo no páreo. O presidente, como se viu, silenciou.