Instagram e Threads relacionam palavra ‘negra’ com venda de drogas
Pesquisa pelo termo leva a aviso em que plataformas oferecem ajuda sobre como denunciar conteúdo. Por outro lado, as redes sociais não mostram alertas em buscas por ‘branca’ ou por drogas como ‘maconha’ e ‘cocaína’.
Por g1
Buscar a palavra “negra” no Instagram ou no Threads leva a um aviso de que o termo “pode estar associado com a venda de drogas”. A exibição do alerta foi confirmada pelo g1 na tarde desta quinta-feira (5), após relato do influenciador Levi Kaique na rede social Bluesky.
Testes mostraram que o alerta apareceu em vários dispositivos, incluindo celulares e computadores, com as contas configuradas em português.
Na mensagem, as redes sociais, ambas controladas pela Meta, afirmam que “a venda, compra ou negociação de drogas ilícitas podem prejudicar você e outras pessoas”. E exibem atalhos para os usuários pedirem ajuda para denunciar algo ou verem os resultados mesmo assim.
Os avisos das plataformas dizem que, “se você ou alguém do seu conhecimento está lutando com o abuso de substâncias, pode obter ajuda com referências para tratamento confidenciais, bem como apoio à prevenção e recuperação”.
Por outro lado, o alerta não aparece em buscas pelo termo “branca” ou por versões das palavras no masculino (“negro” ou “branco”).
O Instagram e o Threads também não mostram o alerta em buscas que, de fato, estão relacionadas a drogas, como os termos “maconha” e “cocaína”. Nestes casos, a rede social apresenta fotos e vídeos que tratam de discussões sobre o tema pesquisado.
Perfis no Bluesky dizem que o erro pode estar acontecendo por uma gíria americana relacionada à heroína, um tipo de droga sintética. A agência antidrogas dos Estados Unidos (DEA, na sigla em inglês) diz que “negra” é uma das expressões usadas no país para se referir à droga.
O Instagram diz em sua Central de Ajuda que tem diretrizes para definir que conteúdo recomendar aos usuários (o Threads está dentro da estrutura do Instagram). “Trabalhamos para evitar que sejam feitas recomendações de baixa qualidade, questionáveis ou de teor delicado”, diz a plataforma.
A rede social afirma ainda que evita mostrar nas pesquisas conteúdos que violem suas diretrizes de recomendações, mas não explica em seu site por que a palavra “negra” entra nesse filtro.
O g1 entrou em contato com a Meta e aguarda posicionamento.