Crime do brigadeirão: namorado de ‘cigana’ diz que viu suspeitas moerem remédio antes do assassinato
Depois de duas semanas de investigação, a polícia diz ter provas suficientes para afirmar que o crime foi planejado com meses de antecedência.
Por Fantástico
A polícia do Rio de Janeiro diz ter provas suficientes de que a psicóloga Júlia Pimenta matou o namorado, o administrador de imóveis Luiz Marcelo Ormond, com um brigadeirão envenenado.
Exames confirmaram a presença de morfina e outras substâncias no corpo da vítima.
Os investigadores afirmam que o crime foi premeditado e teve como mentora a influenciadora, Suyany Breschak, a “Cigana Esmeralda”, uma mulher que se apresenta como líder espiritual.
O Fantásticou ouviu o namorado de Suyany. Ele disse que viu as duas moendo o remédio que seria misturado ao doce.
A influenciadora digital tem mais de 8 milhões de seguidores nas redes sociais.
A polícia diz que ela planejou o assassinato do administrador de imóveis Luiz Marcelo Antônio Ormond junto com a psicóloga Júlia Pimenta, namorada dele.
Suyany está presa há onze dias. Júlia decidiu se entregar na noite de terça-feira e agora preferiu ficar em silêncio.
Luiz Marcelo foi morto de forma cruel. Ele comeu um brigadeirão envenenado por Júlia.
Segundo a polícia, a namorada não só matou como permaneceu com o corpo por três dias no apartamento da vítima, na Zona Norte do Rio.
Nesse período, ela manteve a rotina, inclusive indo a academia fazer exercícios.
O Fantástico mostra agora como a polícia civil desvendou toda a trama.
Máquina do Instituto Médico Legal que ajudou nas investigações. — Foto: Fantástico
As investigações avançaram ainda mais numa sala do Instituto Médico Legal.
Uma máquina – que começou a funcionar aqui há oito meses – identificou as substâncias encontradas no corpo de Luiz Marcelo. Os peritos dizem que se o crime tivesse ocorrido antes de o equipamento ter sido instalado – teria sido praticamente impossível descobrir com exatidão o que provocou o envenenamento.
A quantidade de medicamento foi revelada pela “cigana” Suyany na delegacia. O Fantástico mostrou o vídeo inédito do depoimento no domingo passado.
A reportagem também gravou uma entrevista exclusiva com o namorado de Suyany, que preferiu não mostrar o rosto.
“Eu não sabia que ela era capaz de fazer uma coisa dessa. De auxiliar alguém a matar outra pessoa”.
Ele afirma ter contado a polícia tudo o que viu e também o que ouviu de Suyany.
Suyany como ‘Cigana Esmeralda’ em um vídeo comprando artigos para ‘rituais’ — Foto: Reprodução
“Ela chegou a falar que a Julia mandou uma mensagem para ela [Suyany] assim: ‘eu vim aqui malhar e ele está lá mortinho”.
Depois ele falou sobre uma cena suspeita. Mesmo assim, não procurou a polícia naquele dia.
“Eu vi a Júlia moendo remédio lá de cima da pia lá de casa. Entendeu? Esfarelando o remédio. Elas pegaram esses pozinhos do remédio que estava virando pó, colocavam tipo no saquinho de sacolé. Dava um nó, guardou”.
As investigações mostram que cerca de três dias depois da morte de Luiz Marcelo, Júlia seguiu para a Região dos Lagos do Rio com o carro da vítima.
O veículo foi entregue a Suyany, como parte do pagamento de uma dívida de 600 mil reais pelos trabalhos espirituais realizados em Júlia.
O carro estava cheio de objetos de Luiz marcelo, retirados do apartamento por Júlia.
Depois, o veículo foi entregue a outro personagem dessa história: Victor Chaffi – ex-namorado de Suyany – que responde em liberdade pelo crime de receptação.
Depois de duas semanas de investigação, a polícia diz ter provas suficientes para afirmar que o crime foi planejado com meses de antecedência.
Quando Júlia se mudou para a casa de Luiz Marcelo, um mês antes da morte dele, ela namorava também outro homem.
Mas chegou a afirmar que ia se afastar por um mês porque iria trabalhar na casa de uma mulher como babá.
Júlia sustentava a mentira enviando fotos do suposto local de trabalho e das crianças que cuidava.
Em áudios, uma mulher chamada Natália simula a contratação da Júlia.
A tal Natália, porém, era Suyany, segundo a polícia.
Ainda de acordo com a polícia, a desculpa que Júlia arranjou para ficar um mês longe do namorado, era, na verdade, o tempo determinado para matar Luiz Marcelo.
O advogado de Suyany Breschak disse que não vê nenhuma motivação para o homicídio da vítima, uma vez que Suyany no máximo tinha interesse financeiro. e que para que seu interesse fosse alcançado o relacionamento de Júlia com Luiz Marcelo deveria prevalecer por bastante tempo.
Já a defesa de Júlia Pimenta informou que está analisando os documentos e que em breve, irá prestar esclarecimentos.
A polícia afirma que foi um crime por questões financeiras. Júlia e Suyany queriam ficar com os bens da vítima, que era dono de imóveis no Rio.