Musk, Bezos e Zuckerberg voltam a formar o ‘top 3’ dos mais ricos do mundo, desbancando dono da Louis Vuitton
Bilionários de tecnologia são as pessoas mais ricas do mundo, na atualidade, segundo a Forbes. Quarto lugar é ocupado por Bernard Arnault, presidente da LVMH.
Por Bruna Miato, g1
O pódio das três pessoas mais ricas do mundo voltou a ser ocupado por empresários que fizeram suas fortunas com empresas da área de tecnologia.
O primeiro e o segundo lugar do ranking da Forbesseguem, respectivamente, com o fundador da Tesla Elon Musk e o cofundador da Amazon Jeff Bezos. A novidade, agora, é que Mark Zuckerberg, cofundador do Facebook, roubou a terceira posição, desbancando Bernard Arnault, presidente do Grupo LVMH, dona de marcas de luxo como Louis Vuitton.
Durante boa parte do último ano foi Arnault quem liderou a lista das maiores fortunas. Há dois meses, porém, Musk assumiu o posto novamente, com uma fortuna estimada em US$ 236,5 bilhões até esta quarta-feira (14), cerca de R$ 1,3 trilhão. Além da montadora de carros elétricos, ele também fundou a SpaceX, de naves espaciais, e é o atual dono do X (antigo Twitter).
Depois de Musk, vêm Jeff Bezos, cofundador da Amazon, com um patrimônio de US$ 189,2 bilhões (R$ 1,03 trilhão), e Mark Zuckerberg, cofundador do Facebook, com US$ 184,6 bilhões (R$ 1 trilhão).
E o Arnault, da LVMH, passou em poucos meses da primeira para a quarta colocação do ranking. Atualmente, a fortuna do empresário de luxo é estimada em US$ 179,4 bilhões (R$ 981 bilhões), depois de ultrapassar os US$ 230 bilhões ainda em 2024.
Marcas de luxo em baixa
Os últimos meses marcaram um período de baixas para as marcas de luxo europeias, categoria em que se enquadra a LVMH e de onde vêm os bilhões dos quais Bernard Arnault é dono.
A dona da Louis Vuitton — e de outras marcas conhecidas como Dior, Loewe, Fendi e Sephora — reportou uma receita quase um bilhão de euros abaixo das expectativas de mercado no segundo trimestre de 2024: foram 41,7 bilhões de euros, contra 42,5 bilhões esperados.
O lucro por ação distribuído para os acionistas do conglomerado também decepcionou os investidores, com um valor de 14,54 euro por papel, contra 15,55 euros esperados.
“O resultado do conglomerado de marcas de luxo foi impactado pela queda na demanda por itens do tipo na Ásia (menos o Japão), onde as vendas caíram 14% no segundo trimestre”, apontam Paulo Gitz e Maria Irene Jordão, analistas de internacional da XP Investimentos.
A diminuição nas vendas na Ásia foi causada, sobretudo, por uma redução no consumo de produtos de luxos por parte dos chineses, um dos maiores públicos do segmento no mundo. A tendência pode ser observada, inclusive, nos resultados de outras companhias.
A Kering, dona da Gucci e Yves Saint Laurent, por exemplo, teve uma queda de 11% na receita no primeiro semestre deste ano, com destaque para o segundo trimestre, quando faturou 4,5 bilhões de euros, contra 4,9 bilhões esperados.
“O resultado foi impactado pelo enfraquecimento da demanda chinesa por itens de luxo, que puxou fortes quedas nas vendas de varejo e atacado das suas principais marcas”, destacam os analistas da XP.
Refletindo os números fracos até aqui e “pesando as incertezas sobre a evolução da demanda dos consumidores, a Kering espera uma queda de 30% na sua receita do segundo semestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023”.
Com esse pessimismo para o setor de luxo, as ações da LVMH já acumulam uma queda de quase 10% em 2024, apesar de Arnault se dizer “confiante” com os próximos resultados da empresa. Do pico das ações neste ano, atingido em 14 de março, até aqui, a queda nos papéis já é de 26%.
E na esteira desse movimento, o patrimônio de Arnault também recua, o que o fez sair do “top 3” dos mais ricos do mundo.
Tecnologia em alta
Ao mesmo tempo em que as empresas de luxo passam por uma fase mais negativa, o setor de tecnologia vive novos dias de glória e as ações das principais empresas do setor disparam nas bolsas de valores, contribuindo para o aumento de capital de seus donos.
Mark Zuckerberg, por exemplo, que ocupa a terceira posição do ranking atualmente, viu seu patrimônio saltar de cerca de US$ 65 bilhões em 2023 para os quase US$ 185 bilhões de agosto de 2024, segundo a Forbes. A alta acompanha a valorização expressiva das ações da Meta (dona do Facebook). Os papéis da empresa já acumulam uma alta de mais de 50% neste ano.
O mesmo vale para Jeff Bezos, em menor proporção. Enquanto as ações da Amazon já subiram mais de 13% neste ano, o patrimônio do bilionário cresceu de US$ 114 bilhões em 2023 para os quase US$ 190 bilhões de agora.
A valorização dessas empresas acompanha um otimismo com o setor de tecnologia, em meio ao avanço dos estudos e da empolgação com a inteligência artificial. Não à toa, oito das dez pessoas mais ricas do mundo fizeram fortuna com o setor.
Pelo mesmo motivo, inclusive, Jensen Huang, presidente da empresa de semicondutores Nvidia — que fornece matéria-prima necessária para o avanço da inteligência artificial –, viu seu patrimônio crescer de US$ 21 bilhões no ano passado para mais de US$ 100 bilhões agora.
Os papéis da Nvidia acumulam alta de 145% só em 2024 e chegou a ocupar o posto de empresa mais valiosa do mundo em junho, desbancando a Microsoft e a Apple.
Diferentemente dessas empresas, a Tesla de Elon Musk tem passado por alguns altos e baixos, com o aumento da competitividade no mercado de carros elétricos. No entanto, ainda com as ações do X e da SpaceX, ele continua com a maior fortuna do mundo na atualidade.
Os 10 mais ricos do mundo
O ranking dos bilionários da Forbes estava configurado da seguinte maneira até esta quarta:
- Elon Musk, presidente da Tesla, SpaceX e X, com US$ 236,5 bilhões
- Jeff Bezos, cofundador da Amazon, com US$ 189,2 bilhões
- Mark Zuckerberg, cofundador do Facebook, com US$ 184,6 bilhões
- Bernard Arnault, presidente da LVMH, com US$ 179,4 bilhões
- Larry Ellison, cofundador da Oracle, com US$ 167,1 bilhões
- Warren Buffett, megainvestidor e fundador da Berkshire Hathaway, com US$ 137,8 bilhões
- Larry Page, cofundador do Google, com US$ 133,8 bilhões
- Bill Gates, fundador da Microsoft, com US$ 131 bilhões
- Sergey Brin, cofundador do Google, com US$ 128,1 bilhões
- Steve Ballmer, ex-presidente da Microsoft, com US$ 123,3 bilhões