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Com queda nas vendas de vinho, França vai gastar R$ 719 milhões para destruir 4% dos seus vinhedos

Maior produtor de vinho do mundo enfrenta uma grave crise relacionada à mudança nos hábitos de consumo e à queda nas exportações.

Por g1

A França vai usar 120 milhões de euros (R$ 719 na cotação do dia 7 de outubro) da União Europeia para acabar com 4% da área de produção de vinho do país. A decisão foi anunciada pelo Ministério da Agricultura francês na última sexta-feira (4).

O setor enfrenta uma grave crise causada principalmente pela redução do consumo do produto (veja mais abaixo). Por isso, o governo francês quer diminuir a oferta de vinho, para que, mesmo com menos gente comprando, o preço não diminua.

O país é o principal produtor de vinho do mundo e, em 2023, contava com 789 mil hectares destinados à sua produção.

Com o novo incentivo, o governo vai oferecer de 4 mil euros (cerca de R$ 23,4 mil no valor atual) por hectare destruído para cada produtor que topar implementar a medida.

A ação pode resultar na destruição de 30 mil de hectares, o que equivale a 4% dos vinhedos franceses ou a 27 mil campos de futebol.

🍷​ Crise dos vinhos

O principal motivo por trás da crise dos vinhos franceses é a diminuição do consumo, que pode ser explicada por dois motivos:

1. Mudança de hábito

Por incrível que pareça, as pessoas têm bebido menos vinho francês, especialmente os jovens.

De acordo com um estudo realizado para a feira Vinexpo citado pela rádio francesa de notícias (RFI), menos de um terço dos apreciadores de vinho têm menos de 40 anos.

Isso porque, os mais jovens têm optado por refeições rápidas, como aperitivos, que normalmente são acompanhados por cerveja.

Além disso, quando optam por vinho, preferem o branco, o rosé ou o tinto leve.

2. Queda nas exportações

As exportações de vinhos franceses caíram 10% em 2023 em comparação ao ano anterior, de acordo com a RFI.

Isso acontece porque a China está comprando menos vinhos franceses. De acordo com a RFI, o gigante asiático agora produz seu próprio vinho e tem importado de outros países, como a Espanha e Itália.

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