Especialista em Igreja Católica prevê que próximo papa será europeu e mais ‘agregador’ que Francisco
O especialista em história da Igreja contemporânea, Yves Chiron, lembra que o papa Francisco foi polêmico e criou “insatisfações e decepções” dentro do Vaticano. Por isso, o novo líder da Igreja Católica deve ter outro perfil.
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Por RFI
Um primeiro papa africano, asiático ou mais um europeu, ou latino-americano? No mundo inteiro, multiplicam-se as apostas, mas o próximo líder religioso da Igreja Católica deverá ter uma personalidade mais “agregadora” do que Francisco.
Essa é a opinião do historiador francês Yves Chiron, especialista em história da Igreja contemporânea.
Um dia após a morte do papa Francisco, ganha força a ideia de um futuro sumo pontífice europeu e mais consensual. “Meu sentimento é que haverá uma espécie de reorientação da Igreja”, afirma Chiron, em entrevista à RFI.
O conclave para eleger o sucessor do jesuíta argentino ainda não tem data marcada. Essa é etapa seguinte ao funeral. Caso siga o protocolo, deve ocorrer entre 15 e 20 dias após a morte do papa, em torno de 5 a 10 de maio. O prazo pode ser modificado de acordo com a presença e a disponibilidade dos cardeais eleitores no Vaticano.
O funeral do papa Francisco está previsto para ocorrer no próximo sábado, às 10h, pelo horário local no Vaticano (5h em Brasília). O sepultamento se dará no mesmo dia, na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma.
De acordo com Chiron, apenas passada essa etapa, os 250 cardeais começarão a abordar o conclave. Entre eles, apenas 137 religiosos com menos de 80 anos estão habilitados a votar para eleger o 262° papa.
Segundo Chiron, não se deve esperar grandes surpresas com a eleição do próximo líder religioso da Igreja Católica. “Talvez não se busque novamente um cardeal de longe, de outro continente”, acredita.
O especialista em história da Igreja contemporânea lembra que o sumo pontífice foi “polêmico” sobre algumas questões, criando “insatisfações e decepções” dentro do Vaticano. Por isso, segundo ele, “talvez seja nomeado um cardeal mais central, mais agregador e unitário que o papa Francisco”, reitera.
O especialista salienta que todo o processo é extremamente sigiloso e imprevisível. “A cada eleição temos uma lista de dez, quinze possíveis nomes a serem escolhidos. As vezes o processo é muito simples, quando, por exemplo, uma figura se destaca, como foi o caso de Joseph Ratzinger”, lembra.
No entanto, no último conclave, em 2013, Jorge Bergoglio não fazia parte das listas de “papáveis”, e sua escolha surpreendeu muitos especialistas em Igreja Católica.
Entre os favoritos, atualmente, há três italianos: o número 2 do Vaticano, Pietro Parolin, 70 anos; o patriarca de Jerusalém, o arcebispo Pierbattista Pizzaballa, 60 anos; e o arcebispo de Bolonha, Matteo Maria Zuppi, 69 anos; além de um francês, o arcebispo de Marselha, Jean-Marc Aveline, 66 anos.
Entre os não-europeus volta para a lista de apostas o filipino Luis Antonio Tagle, 67 anos. Há 12 anos, ele foi apontado por muitos especialistas como o provável sucessor de Bento XVI.