Quem foi Gianni Versace, estilista morto há 25 anos no auge da carreira
Há 25 anos, o estilista Gianni Versace foi assassinado na escadaria de entrada para a sua mansão em Miami, Estados Unidos. Ícone da moda, ele é considerado o pai das supermodelos e é relembrado até hoje por sua ousadia no uso dos materiais e por vestir grandes celebridades, de Michael Jackson à Princesa Diana. Mas quem foi Versace e qual foi a sua trajetória como empreendedor ?
O estilista nasceu em 2 de dezembro de 1946, em uma região pobre da Itália, chamada Régio da Calábria, na costa sul do país. Seu pai era vendedor de eletrodomésticos e sua mãe dirigia um ateliê de costura. Foi ao lado dela que ele deu os primeiros passos no ofício, aprendendo a desenhar e costurar para ajudá-la no atendimento às clientes.
Já adulto, aos 25 anos, ele recebeu uma encomenda do dono de uma confecção para criar uma coleção que seria produzida em Milão, a capital da moda. Deu tão certo que ele foi chamado por outras confecções e mudou-se para a cidade, atuando como freelancer para ateliês como Callaghan, De Parisini di Santa Margherita e Genny.
Gianni fundou a Versace em 1978, convidando o irmão Santo e a irmã Donatella para trabalharem ao lado dele na empresa. No mesmo ano, foi lançada a primeira coleção feminina da marca, com evento em uma galeria de arte em Milão.
O estilo da marca tem peças com cores vibrantes e tecidos fluidos, como a seda, mas o estilista também usava materiais que não eram tão comuns na época, como o couro e o plástico. Segundo Versace, enquanto Giorgio Armani, estilista italiano contemporâneo a ele, vestia as esposas, suas roupas vestiam as amantes. Ele se tornou o queridinho das celebridades, que compareciam em peso aos seus desfiles e adoravam seus looks.
A marca também se tornou conhecida por investir em um elenco de renome para desfilar as suas peças nas semanas de moda, diferentemente de outras maisons, que contratavam uma ou outra modelo. Por isso, Versace começou a ser visto como o pai das supermodelos, como Claudia Schiffer, Naomi Campbell e Cindy Crawford, que se tornaram símbolos e ganharam fama desfilando pela grife.
Além do glamour das passarelas, o estilista também atuava como figurinista para óperas e balés, colaborando para o Teatro La Scala, em Milão. Foi lá que ele conheceu seu parceiro, Antonio D’Amico. Eles mantiveram um relacionamento por 15 anos, até a morte de Versace, em 15 de julho de 1997.
A mansão onde Gianni Versace vivia, em Miami, nos Estados Unidos. Ele foi morto na entrada da residência, há 25 anos (Foto: Wikimedia Commons)
O estilista foi morto com dois tiros na nuca em frente à sua mansão, em Miami, enquanto retornava de uma caminhada matinal, quando foi comprar revistas para acompanhar o que estava acontecendo nas semanas de moda na Europa. Ele tinha 25 anos de carreira e passava por uma fase que consideravam ser o seu auge, com forte expansão da empresa para produzir não apenas roupas, mas também joias, bolsas, perfumes e itens para a casa.
Recentemente, a história da morte do estilista foi contada na minissérie “O Assassinato de Gianni Versace: American Crime Story”, vencedora do Globo de Ouro em 2019. A produção é baseada no livro “Favores vulgares – A história real do homem que matou Gianni Versace” e acompanha o assassino, Andrew Cunanan, em sua escalada de terror – ele matou outras quatro pessoas –, que culminou no ataque ao estilista e em seu suicídio, cerca de uma semana depois. A família Versace emitiu um comunicado anunciando que não teve qualquer envolvimento na produção da série.
A empresa depois da repentina morte do fundador
A irmã mais nova de Gianni, Donatella, assumiu a diretoria de criação de todas as linhas da grife após a morte do estilista, função que desempenha até hoje. Santo, por sua vez, é o presidente do grupo.
Os produtos da marca são vendidos em suas mais de 200 lojas próprias e por meio de mais de 1.500 revendedores em todo o mundo. A grife teve lojas no Brasil, mas deixou o país em dezembro de 2018.
No mesmo ano, todas as ações da Versace foram vendidas para o grupo Michael Kors Limited, em um acordo de US$ 2,1 bilhões.