Rainha Elizabeth II é colocada sob supervisão médica; família é convocada
Palácio de Buckingham afirma que médicos estão preocupados com estado de saúde da monarca, de 96 anos. Filhos e netos da rainha viajaram até o palácio de Balmoral, na Escócia, onde Elizabeth II está, acompanhada de uma equipe de saúde e ‘confortável’.
A rainha Elizabeth II do Reino Unido foi colocada sob supervisão médica após sua equipe de saúde expressar preocupação com seu quadro, informou nesta quinta-feira (8) o Palácio de Buckingham.
Segundo um comunicado oficial, a monarca, de 96 anos, está confortável, mas médicos estão preocupados com seu estado de saúde. Membros da família real foram chamados para ir ao Palácio de Balmoral, na Escócia, residência de férias onde Elizabeth II está desde 21 de julho passando o verão.
”Após uma avaliação nesta manhã, os médicos da rainha estão preocupados com a saúde da Sua Majestade e recomendaram que ela permaneça sob supervisão médica. A rainha permanece confortável e em Balmoral”, declarou o Palácio de Buckingham em comunicado.
Todos os quatro filhos da rainha – o príncipe Charles, herdeiro do trono, Andrew, Anne e Edward -, além de William, seu neto, viajaram nesta quinta para o Palácio de Balmoral.
As duquesas Catherine, mulher de William, e Camilla, casada com Charles, também foram ao castelo. Camilla inclusive desmarcou um evento oficial que tinha em Londres nesta manhã.
A nova primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, que foi nomeada ao cargo pela rainha na terça (6), se pronunciou sobre o comunicado do palácio de Buckingham. “Todo o país está profundamente preocupado”, declarou. “Meus pensamentos estão com ela e sua família neste momento”.
O príncipe Harry e a sua mulher, Meghan Markle, que vivem nos Estados Unidos, tamném estão a caminho da Escócia, segundo informou um porta-voz do casal.
O anúncio da viagem de Harry e Meghan, que não estão em um bom momento com a família real, aumentou a preocupação provocada por um comunicado de Buckingham por si só incomum.
“O palácio não divulga boletins sobre a saúde da rainha a menos que seja algo significativo”, disse o analista de família real Robert Hardman à rede BBC.
O arcebispo de Canterbury, Justin Welby, o principal clérigo da Igreja da Inglaterra, da qual a rainha é a líder, afirmou que a monarca está em suas orações. “Que a presença de Deus fortaleça e conforte Sua Majestade, sua família e os que cuidam dela em Balmoral”, tuitou.
O líder da oposição do país, Keir Starmer, disse torcer pela recuperação da monarca.
A saúde da monarca é motivo de crescente preocupação desde outubro do ano passado, quando foi revelado que ela passou uma noite hospitalizada para ser submetida a “exames” médicos que nunca foram detalhados. Desde então, ela reduziu consideravelmente sua agenda, com aparições em público cada vez mais raras e sendo observada caminhando com dificuldade, com o auxílio de uma bengala.
O evento preocupante mais recente foi a cerimônia de nomeação da nova primeira-ministra britânica, Liz Truss, na terça-feira (6). Na ocasião, Elizabeth II transferiu, pela primeira vez na história, a cerimônia para o Palácio de Balmoral, onde ela estava. Até então, todos os premiês anteriores haviam sido nomeados no Palácio de Buckingham, em Londres.
Em maio, Elizabeth II foi substituída pelo príncipe Charles na abertura oficial dos trabalhos no Parlamento do Reino Unido. Também foi a primeira vez que um monarca não presidiu essa sessão.
A participação da rainha foi reduzida nas festividades do Jubileu de Platina, série de eventos que celebrou os 70 anos de seu reinado, no início de junho. Além da agenda enxuta, ela cancelou a sua participação em uma missa ,durante o evento por se sentir indisposta.
Desde os primeiros problemas de saúde, no entanto, o Palácio de Buckingham falou muito pouco ou emitiu notas contidas sobre o estado de saúde da rainha, sempre se referindo aos problemas como indisposições. Esta é a primeira vez que um comunicado com a informação sobre a preocupação de médicos com a monarca é divulgado.
Nos últimos anos, Elizabeth II teve que enfrentar a pandemia – ela contraiu Covid, doença que a deixou muito cansada -, a devastadora morte de seu marido Philip – falecido em abril de 2021 com quase 100 anos – e as diversas crises da família real.
Entre as crises está o “Megxit”, a mudança de Harry e Meghan para os Estados Unidos, de onde acusaram a realeza de não ter solidariedade e de ser racista, questões que a soberana prometeu tratar “de modo privado”.
Também enfrentou o escândalo protagonizado por Andrew, que muitos apontam como seu filho favorito, que teve que abandonar a vida pública por sua amizade com o falecido empresário americano Jeffrey Epstein, acusado de explorar sexualmente menores de idade.
Em junho, o Reino Unido celebrou com muita festa o Jubileu de Platina, o aniversário de 70 anos da chegada ao trono de Elizabeth II, que cada vez mais delega funções oficiais ao príncipe Charles.
Na terça-feira, a monarca recebeu em Balmoral o primeiro-ministro demissionário Boris Johnson e a nova comandante do Partido Conservador, Liz Truss, que recebeu a missão de formar o governo como nova líder da maioria parlamentar.
Uma foto do encontro divulgada pelo Palácio de Buckingham, que mostra a rainha cumprimentando Truss, provocou inquietação porque, segundo analistas, a mão da rainha parecia muito arroxeada.
Na manhã desta quarta-feira, a Casa Real anunciou que a monarca adiou uma cerimônia virtual depois que os médicos recomendaram repouso.