Grupo repetiu gesto de apologia ao nazismo em manifestação antidemocrática na frente de base do Exército em São Miguel do Oeste.
Por John Pacheco e Dagmara Spautz, g1 SC e NSC
Manifestantes bolsonaristas que realizavam um ato contra o resultado das eleições em São Miguel do Oeste, em Santa Catarina, repetiram um gesto semelhante à saudação nazista “Sieg Heil”, uma espécie de reverência. O ato aconteceu na quarta-feira (2) em frente ao 14º Regimento de Cavalaria Mecanizado, base do Exército na cidade.
O gesto que consiste na mão estendida é repetido por centenas de pessoas, homens e mulheres, vestidos de verde e amarelo enquanto todos cantam o Hino Nacional.
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) informou que abriu na própria quarta-feira uma investigação para apurar a saudação, que configura apologia ao nazismo, considerada crime no Brasil.
Em investigação preliminar, o órgão apontou que não houve intenção de apologia ao nazismo no ato e que não há evidências de prática de crime.
O órgão identificou manifestantes, analisou imagens e ouviu testemunhas. Apesar de entender que não houve apologia ao nazismo, o Gaeco afirmou que a atitude é “absolutamente incompatível com o respeito exigido durante a execução do hino nacional” e pode gerar alguma responsabilidade.

O vídeo que mostra o ato rapidamente se espalhou pelas redes sociais. O registro mostra as pessoas em via pública, na BR-163, cantando o hino e com as mãos estendidas em direção a um tanque de guerra na entrada da base militar.
Confederação Israelita repudia gesto
Nas redes sociais, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) reproduziu nota oficial repudiando os atos nazistas em São Miguel do Oeste e pedindo investigação sobre o caso.

“A sociedade brasileira não pode tolerar posturas como essa. Fazer esse gesto vestindo camisa da seleção brasileira é também uma ofensa às nossas Forças Armadas, que lutaram bravamente contra as forças nazistas na Europa durante a Segunda Guerra Mundial”, diz o comunicado.