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Massoterapia e teatro de fantoches: PGR diz que golpistas montaram ‘vila’ em frente ao QG do Exército

Denúncia apresentada contra 54 radicais que participaram do acampamento em Brasília destaca estrutura que permitiu estabilidade e permanência de bolsonaristas radicais no local.

Por Luiz Felipe Barbiéri e Fernanda Vivas, g1 e TV globo — Brasília

A Procuradoria-Geral da República (PGR) destacou em uma denúncia apresentada nesta segunda-feira (23) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a estrutura montada por radicais em frente ao quartel general do Exército em Brasília, que permitiu aos bolsonaristas viver em uma espécie de “vila” por dois meses.

Na denúncia, a PGR ressaltou uma série de serviços oferecidos pelos radicais, como:

  • teatro de fantoches para crianças;
  • massoterapia;
  • local para refeições;
  • transporte;
  • tenda para recebimento de doações;
  • e gerador de energia.

Na denúncia, a PGR usou os serviços oferecidos para mostrar que o acampamento golpista foi montado com o objetivo de garantir perenidade, estabilidade e permanência dos bolsonaristas no local.

“A estabilidade e a permanência da associação formada por aqueles que acamparam em frente ao quartel são comprovadas, de forma clara, pela perenidade do acampamento, que já funcionava como uma espécie de vila”, destaca a PGR.

No local, também funcionavam tendas para churrasco, distribuição de comida e água e celebrações religiosas.

“Havia, portanto, uma evidente estrutura a garantir perenidade, estabilidade e permanência. Ao se dirigir para lá, o denunciado aderiu a essa associação, cujo desiderato era a prática de crimes contra o Estado Democrático de Direito”, destacou a denúncia.

Denunciados

A PGR denunciou nesta segunda-feira mais 54 bolsonaristas radicais pelos crimes praticados contra as sedes dos três poderes no dia 8 de janeiro. Os denunciados foram detidos no acampamento que ficava em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.

No total, 98 pessoas já foram denunciadas ao STF. Essa é a terceira denúncia apresentada pela PGR. A primeira mirou os 39 detidos no Senado, e a segunda, cinco que foram presos por envolvimento em ataques ao STF.

Os denunciados podem responder por:

  • incitação ao crime equiparada pela animosidade das Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais;
  • e associação criminosa.

Cabe ao plenário do STF analisar a denúncia e decidir se aceita ou rejeita a peça. Se a maioria dos ministros acolher, os denunciados se tornam réus em uma ação penal e responderão a um processo pelos atos praticados.

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