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À moda de Rita Lee

Esses dias assisti a uma entrevista do padre Júlio Lancelotti contando que Rita Lee encaminhava seus looks a ele para serem distribuídos entre os moradores de rua. A recomendação não era leiloá-los, mas doá-los. E havia briga para sair da paróquia, em São Paulo, vestindo um figurino multicolorido, rebordado de brilhos, à imagem e semelhança da cantora, que nos deixou semana passada.
Falar que era revolucionária é chover no molhado. Original, autêntica, rebelde, abusada, genial, a mutante Rita Lee era um balaio de referências (olha quanto ela tem do camaleônico David Bowie, ou de Mick Jagger e John Lennon), lançou modas, embarcou em outras – do vestido de noivas emprestado do figurino de Leila Diniz em uma novela, ao macacão meio ripongo ou ainda ao look composto de camiseta navy e terninho escuro no álbum “Aqui, ali, em qualquer lugar”. O louco era que tudo que ela vestia tinha a sua cara e combinava invariavelmente à franjinha e aos óculos redondos. E vocês já sabem o que é isso né? Estilo, queridas. Auto-conhecimento. Ele existe mesmo em meio ao caos brilhante e criativo da personalidade de Rita. Parafraseando uma de suas músicas, estilo é prosa. Agradeço por ela ter dado a cara a tapa e nos mostrado que os caminhos estão abertos. Da vida, do amor, do prazer e do estilo. Afinal, não estamos falando só de roupa né?

Isso não é uma peça de roupa

Por falar nisso, o ParkShoppingBarigüi será transformado em um grande ateliê de moda autoral. Dez designers locais vão apresentar o processo criativo da produção de uma peça – desde a concepção até a costura e finalização de peças exclusivas. A experiência faz parte do projeto “Isso não é uma roupa”, uma criação da plataforma LabModa e da marca NovoLouvre, que acontece pela primeira vez dentro de um shopping.

Vai de 16 e 28 de maio e contará com confecção ao vivo e exposição de peças autorais de designers locais, debates sobre moda, atrações musicais e customização de roupas com estampas exclusivas. 
“A ideia é humanizar a produção e provocar uma reflexão sobre toda a cadeia de moda”, diz a curadora e co-idealizadora do evento, a designer de moda e professora Mariah Viana, da NovoLouvre. “Nosso objetivo é aproximar o consumidor final dos designers, algo que raramente acontece. Normalmente eles trabalham fechados em seus espaços e as pessoas não têm ideia de tudo que envolve a criação de uma blusa ou uma calça, por exemplo”. 

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