DJs são mortos e cantor de pagode é baleado em uma festa durante invasão de criminosos rivais na comunidade do Catiri
Mulher que estava no local também foi baleada no ataque na comunidade. Cantor Gefferson Caíque de Oliveira foi baleado na barriga e na coxa.
Por Alice Portes, Jefferson Monteiro, Rafael Nascimento, Bom Dia Rio
Dois DJs morreram e um cantor de pagode e uma mulher ficaram feridos durante uma invasão de bandidos rivais na comunidade do Catiri, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, na madrugada desta segunda-feira (19).
As vítimas estavam em uma festa dentro de um sítio na comunidade, quando criminosos da Vila Kennedy invadiram o local.
Os criminosos tentaram invadir a Vila Aliança e o Catiri, comunidades dominadas por criminosos do Terceiro Comando Puro (TCP).
Os bandidos invasores seriam da Vila Kennedy e fariam parte da maior facção criminosa do estado: o Comando Vermelho (CV).
Criminosos invadiram sítio
Um grupo de pagode tocava na festa, que acontece todo fim de semana no local, no momento da invasão.
O ataque ocorreu na hora que os integrantes do grupo guardavam equipamentos. Traficantes do Comando Vermelho invadiram o sítio e atiraram contra os frequentadores da festa. Ao menos 4 pessoas foram baleadas.
Dois DJs que haviam tocado no evento foram alvejados. Eles foram identificados como: Aléx Matos Adriano, de 28 anos, e Lorran Oliveira dos Santos, de 34. Ambos foram levados para o Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo. Mas, não resistiram.
Os DJs Aléx Matos Adriano, de 28 anos; e Lorran Oliveira dos Santos, de 34, foram mortos em uma festa na Zona Oeste do Rio — Foto: Reprodução
Ao lado dos DJs estava o cantor Jeferson Caíque Gonçalves de Oliveira, de 30 anos, que foi baleado na barriga e na coxa. Ele foi socorrido pela PM para o Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo. Ele permanece internado na unidade de saúde.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) seu estado de saúde é é estável.
Além dele, uma mulher de 25 anos, foi baleada na coxa esquerda e deu entrada no Albert Schweitzer por meios próprios, segundo a Polícia Militar. A mulher passou por atendimento e recebeu alta médica no começo da manhã desta segunda.
Os corpos de Aléx e Lorran serão levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Campo Grande.
Gefferson Caíque de Oliveira — Foto: Reprodução
Procurada, a Polícia Militar ainda não comentou a suposta tentativa de invasão. Mas, uma granada foi encontrada no sítio onde as vítimas estavam.
Doca teria ordenado ataque
Segundo apuração da TV Globo com fontes da polícia, a ordem para o ataque teria partido do traficante Edgar Alves de Andrade, conhecido como Urso ou Doca.
Atualmente, ele é o número 1 da facção criminosa no estado. Após o ataque, de acordo com fontes da PM, os criminosos deixaram a localidade e fugiram.
A Polícia Militar disse que reforçou o patrulhamento na região. O caso foi registrado na 34ª DP (Bangu).
Procurada, a Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que as unidades escolares da Vila Aliança e do Catiri estão funcionando, com o protocolo de segurança ativado.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que as unidades de saúde das regiões apresentam funcionamento normalizado.
O policiamento foi reforçado na Vila Aliança — Foto: Reprodução
Bandidos x bandidos
Na última sexta-feira (16), um grupo de criminosos rivais entraram em confronto em Costa Barros, na Zona Norte. Além de uma intensa troca de tiros, um ônibus acabou incendiado.
Tentativa de invasão ao Complexo da Pedreira — Foto: Reprodução/TV Globo
Traficantes do Complexo do Chapadão, dominado pelo Comando Vermelho, tentaram invadir o vizinho Complexo da Pedreira, atualmente nas mãos do Terceiro Comando Puro.
Um dos embates foi na Avenida Pastor Martin Luther King Jr, perto da estação do Metrô Engenheiro Rubens Paiva. Vídeos feitos por moradores também mostram a movimentação de criminosos nas comunidades Terra Nostra e Morro da Lagartixa.
O ônibus que foi atacado é da empresa Vera Cruz e faz o trajeto Madureira, na Zona Norte, até Nova Aurora, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
Vídeos gravados por moradores mostram homens fortemente armados andando por ruas das comunidades. Só o Complexo da Pedreira possui 13 comunidades.
Por causa da insegurança na região, alunos de 22 escolas de Costa Barros e da Pedreira tiveram aulas remotas nesta manhã.
A Polícia Militar reforçou o policiamento na região.