Jornalista russa que vive escondida conta já que foi envenenada: ‘Tinham ordens não para me prender, mas para me matar’
Em uma conversa online, a jornalista Elena Kostyuchenko diz que está fora da Rússia, mas não revela onde.
Por Fantástico
Neste domingo (18), o Fantástico conversou com uma jornalista russa que vive rescondida com medo de ser a próxima vítima após a morte de Alexei Navalny, principal opositor do presidente da Rússia Vladimir Putin.
A morte de Navalny é uma forte lembrança para Elena Kostyuchenko do risco que corre. Na Alemanha, onde estava exilada, adoeceu: tinha sido envenenada. As suspeitas caíram sobre o governo Putin.
“Fiz muitas reportagens sobre os soldados russos – assassinato de civis, sequestros, tortura. Eu estava indo para Mariupol. Meu editor me ligou e me disse para não ir, porque recebeu a informação de que os soldados da Guarda Nacional Russa, que cercava a cidade, tinham ordens não para me deter ou prender, mas para me matar.”
Elena não podia nem voltar para Moscou.
“A informação era de que eu seria assassinada na Rússia também”.
A jornalista trabalha para o Novaya Gazeta. O editor do jornal foi um dos ganhadores do Nobel da Paz em 2021. Seis de seus jornalistas foram assassinados na Rússia. E Elena poderia ser a sétima. Com medo, ela se muda a cada mês de país, de continente.
Questionada se vai conseguir voltar, Elena responde:
“Sim. Claro. Essa luta é que me dá forças para continuar. Eu tenho esperança”, ressalta.