Steve: raro fenômeno natural provoca espetáculo nos céus do Reino Unido
Fenômeno celeste costuma aparecer durante as exibições de auroras, mas é cientificamente distinto delas. Entenda como.
Por Roberto Peixoto, g1
Um raro fenômeno natural (veja foto acima, cedida ao g1) provocou um espetáculo nos céus do Reino Unido na noite desta última segunda-feira (7).
Conhecido como Steve (Aumento de Emissão Térmica de Velocidade, na sigla em inglês), o fenômeno celeste costuma aparecer durante as exibições de auroras, mas é cientificamente distinto delas.
Enquanto as auroras se manifestam em uma forma oval ou como uma cortina estendida em sentido horizontal (veja foto abaixo), o Steve se apresenta como uma fita luminosa que pode durar de 20 minutos a uma hora.
Ainda pouco compreendido, os cientistas acreditam que ele seja causado por um fluxo rápido de partículas extremamente quentes, conhecido como sub-auroral ion drift (SAID, também na sigla em inglês).
Essa formação é bastante imprevisível, o que torna raro o registro de ocorrências a partir do solo. Segundo a rede BBC, a última vez que um Steve foi avistado no Reino Unido foi em novembro de 2023.
Aurora boreal é vista no céu sobre a Baía de Cullercoats, na costa nordeste da Inglaterra, na segunda-feira, 7 de outubro de 2024. — Foto: Owen Humphreys/PA via AP
E apesar de ter sido fotografado por décadas, o nome “Steve” foi atribuído em 2016, após um projeto de ciência cidadã apoiado pela Nasa, a agência espacial norte-americana, que incentivou registros de avistamentos de fenômenos atmosféricos.
A origem do nome é curiosa e se inspira em uma cena do filme “Os Sem-Floresta”, onde um grupo de animais, ao descobrir algo desconhecido, decide chamá-lo de “Steve” para reduzir o medo em relação ao fenômeno. Só então que o termo foi posteriormente adaptado em um acrônimo pelos cientistas.Além de Steve, as auroras também foram visíveis em várias regiões do Reino Unido, desde as Ilhas Ocidentais até Buckinghamshire e Kent, no sul da Inglaterra.
Segundo o serviço de meteorologia britânico, elas foram impulsionadas pela intensa atividade solar dos últimos dias, que provocaram uma das maiores erupções solares em sete anos.